A educação escolarizada não é neutra: ela está sempre servindo a uma visão de mundo, de homem e de sociedade. Daí a sua natureza essencialmente política, que, unida e/ou servindo como suporte ao trabalho pedagógico, dinamiza as ações das escolas e de todos os agentes a elas vinculados. Daí também, em função das pulsações desse binômio (político-pedagógico), ser a educação - e por extensão a escola - um recurso fundamental para a construção da democracia, para a transformação e o aprimoramento democráticos da vida em sociedade.
Este princípio voltado à relação indissolúvel entre o "político e o pedagógico" é muitas vezes confundido, mal entendido e/ou mal interpretado no dia-a-dia das escolas. Outras vezes acontece de ser "traído", principalmente quando esses aspectos são fragmentados e pulverizados por análises e/ou pensamentos simplistas que balizam e conduzem as ações dos professores e administradores das escolas. Assim, não é incomum encontrar educadores que, além de não perceberem o vínculo entre os dois polos desse binômio, pensam que o político é aquilo que os administradores - ou burocratas - fazem e o pedagógico, por sua vez, é constituído exclusivamente pelos afazeres dos professores. Ou ainda - e pior - confundem político com partidário, pedagógico com didático.
Tendo em conta que o ato educativo deve necessariamente conter dentro de si uma leitura, uma compreensão crítica do políticopedagógico por parte de gestores e professores, nada mais oportuno do que discutir as suas facetas, as suas articulações e os seus contornos ideológicos no sentido de que as escolas da região de Caçador possam atuar no horizonte do adensamento da cultura e da justiça social.












